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As TIC e os Alunos com Deficiência Motora

Artigo publicado na revista Diversidades  por Graça Faria - Divisão de Acessibilidade e Adaptação das Tecnologias de Informação e Comunicação

Ambientes de aprendizagem virtual junto de alunos NEE

30MAR
Publicação académica referente à adopção de um modelo de aprendizagem virtual, junto de alunos com necessidades educativas especias, suportadas pelas Tecnologias de Informação Comunicação.




Paralisia Cerebral: 200 novos casos por ano em Portugal

Portugal. Sem números, torna-se difícil adequar as necessidades à realidade, lembra José de Barros.

"Estamos a fazer um registo nacional de paralisia cerebral. Neste momento temos os dados de 2001, mas este é um trabalho feito por voluntários. Agora já podemos dizer que nesse ano foram diagnosticadas 210 crianças", lembra por seu turno Maria da Graça Andrade, investigadora nesta área. Números que se assemelham às estatísticas nacionais e internacionais que indicam que dois bebés em cada mil sofrem de paralisia cerebral.









Animais-terapeutas que ajudam no tratamento

in http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1268554, 21 Junho 2009

Cura. Cães, cavalos, burros ou golfinhos são alguns dos animais capazes de ajudar no tratamento de doenças físicas e mentais dos humanos. A Terapia Assistida por Animais exige técnicos formados e acompanhamento médico, que permitam distinguir simples actividades de terapias e proteger as pessoas.

Uma criança hiperactiva pode desenvolver a leitura graças à terapia com cães. Pessoas com paralisia cerebral conseguem melhorar a postura através do estímulo dos cavalos. O contacto com os burros aumenta a autoconfiança e facilita as relações. Nadar com os golfinhos contribui para a redução do stress e até pode ajudar as crianças a começar a falar. "As Terapias Assistidas por Animais são complementares ao tratamento de uma série de doenças, como é o caso do Parkinson, do Alzheimer ou do mutismo", diz a psicóloga e terapeuta animal Ana Marisa Brito, da Quinta Pedagógica de Portimão. Os doentes mais comuns são as pessoas com doenças mentais e deficiências físicas.
Cavalos e cães são os animais mais usados nestes tratamentos. O tipo de comportamento, a facilidade para o treino e os custos são alguns dos elementos que favorecem o uso destas espécies nas terapias.
"Docilidade, obediência e tranquilidade são fundamentais nos cães utilizados para terapia animal. Os labradores são mais comuns, mas outras raças podem ser treinadas para o tratamento terapêutico com as pessoas", afirma Maria Queiroz, psicóloga e terapeuta animal da Interacão, do Porto.
Aumentar as defesas imunológicas, reduzir a dor, fortalecer os músculos, melhorar as capacidades motoras ou regular a pressão arterial são apenas alguns dos benefícios físicos das terapias com os animais.
Albertina Marçal, mãe de uma criança de 11 anos com síndrome de Asperger (um tipo de autismo), diz que o comportamento do filho melhorou desde que ele começou a fazer terapia com cavalos. "O Luís está na hipoterapia desde os quatro anos. Observo que o défice de atenção foi reduzido, que aumentou a sua comunicação, socialização e também a sua autonomia", avalia Albertina.

Apesar das críticas, José de Barros reconhece
Todos os anos são diagnosticados em Portugal cerca de 200 novos casos de crianças com paralisia cerebral, uma doença que pode significar apenas um problema motor, difícil de ultrapassar quando as ajudas técnicas tardam em chegar.

Hoje, graças à evolução técnica, a vida de muitos doentes com paralisia cerebral pode ser facilitada se houver "determinação" em seguir em frente. Rita Cuca, uma rapariga de 24 anos, conseguiu tirar um curso superior e está agora a terminar um mestrado. Apesar de não conseguir falar, foi com a ajuda de um computador que estudou e agora está a terminar um conto que pensa publicar no Natal. Mas nem todas as histórias de paralisia cerebral correm assim tão bem.
"Muitas vezes essas ajudas técnicas que permitem dar maior independência aos deficientes chegam tarde de mais. Prescrevemos a ajuda técnica hoje e ela chega passado um ano", alerta José Barros, médico e presidente da Federação Portuguesa das Associação de Paralisia Cerebral composta pelos 15 centros existentes no país.
Resultado: os equipamentos "ficam desadequados". Tal como um fato de vestir, estas ajudas técnicas são feitas à medida do corpo e das necessidades e o crescimento da criança faz com que deixe de "servir".
"A dotação orçamental é insuficiente e chega tardiamente", lamenta José Barros, sublinhando que "uma ajuda técnica não é um luxo é uma necessidade".
Sem o apoio esperado da Segurança Social, muitas vezes são as associações que acabam por ajudar as famílias. Quando não é atribuído o equipamento necessário, "as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), dentro do seu parco orçamento, vão ajudando as famílias, emprestando algum dinheiro que falta para poder suprir as falhas", lembra José de Barros.
Mário Augusto, jornalista da SIC, sabe do que fala o especialista. Pai de uma menina de nove anos com paralisia cerebral, conhece de perto histórias de famílias a quem os equipamentos chegaram tarde de mais. "Há quatro anos foi pedida uma tábua para pôr os pés para que a criança pudesse estar sempre de pé. O pedido foi feito no início do ano lectivo. Foram tiradas as medidas, mas só veio quase no fim das aulas. Quando chegou já não servia", recorda.
"Qualquer ajuda técnica pode custar milhares de euros. Por exemplo, um andarilho, fundamental para uma criança andar, custa mil euros. Agora, a minha filha vai precisar de uma cadeira de rodas e há meses que andamos a tratar do processo com a segurança social", lamenta o jornalista, lembrando que nem todas as familias têm capacidade financeira para comprar os equipamentos essenciais para o desenvolvimento das crianças.
O jornalista lamenta também o "desconhecimento generalizado que existe em torno da paralisia cerebral". Para o pai da Rita, o nome da doença está "desadequado", uma vez que muitas vezes se trata apenas de uma lesão neuro-motora, mas a generalidade das pessoas ainda a associa a uma deficiência mental.
"A paralisia cerebral é uma deficiência motora e grande parte das pessoas é intelectualmente capaz. A paralisia cerebral pode é ter associado outro tipo de deficiência, como mental, visual ou auditiva", explica José de Barros.
Outra das falhas apontadas é a falta de informações sobre a incidência da doença em

que tem havido um esforço por parte dos governos em melhorar a situação. O médico ainda se lembra dos tempos em que começou a trabalhar nesta área, há cerca de três décadas: "Encontrava crianças escondidas, fechadas em quartos, porque os pais não tinham forma de as tratar".

Crianças com dislexia sem ajuda no ensino público
José Pedro Varela, de 13 anos, aprendeu desde pequeno a viver com dislexia. "Foi-se adaptando e construiu a sua vida em torno da dislexia. Faz tratamento desde a terceira classe, que passa pelo apoio à leitura e à escrita", contou ao DN a mãe, Conceição Moreira. Mas a família não conseguiu encontrar ajuda no ensino público: "Não sabiam lidar com uma criança assim. A Escola Egas Moniz em Guimarães queria excluí-lo do ensino por deficiência. Ele não teria aulas de Português."
A doença do José, segundo os especialistas, atinge 12% das crianças e as escolas não estão a acompanhar devidamente estes miúdos. O alerta é da presidente da Associação Portuguesa de Dislexia, Helena Serra, que adianta que há cada vez mais menores com este problema. "O número de rapazes é superior ao feminino, numa relação de três para um, e tem-se verificado um aumento de crianças disléxicas no ensino obrigatório", disse ao DN Helena Serra. Mas "só os casos mais graves de dislexia têm acompanhamento especial", garante, por seu lado, Teresa Alves, professora especializada em educação especial do Agrupamento de Escolas Eugénio de Andrade. Segundo esta docente, na maioria das vezes, só cegos e deficientes são considerados alunos com necessidades, beneficiando de um programa personalizado dado pela professora da disciplina e de uma série de condições especiais de avaliação.
Já o neuropediatra Nuno Lobo Antunes, que acompanha miúdos com dislexia, diz que é muito importante os alunos terem apoio de pais e professores Só assim estas crianças "conseguem ter uma vida boa, quase normal".

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